Julia Bicalho Mendes nasceu no dia dois de fevereiro, no Rio, quando conheceu o mar. publicou os livros de poesia para um corpo preso no guindaste (Ed. Patuá, 2012), desde quando deserto (Ed. Patuá, 2014) e azul caixão (Editora Primata, 2019). é co-fundadora da nosotros, editorial e da revista saúva. se dedica ao cuidado, à música e à poesia. (e aos delírios. e às partidas.) diáspore há tanto tempo: mistura sotaques, línguas y gêneros. tem apreço por cartas, embora demore a responder: [email protected]
O poema a seguir integra o livro azul caixão (Editora Primata, 2019).
MAR
afogamento
estes dias os outros estes mares os outros estes mínimos naufrágios
sem variantes possíveis esta poça cálida agora mais nada a chuva um gesto
asfixiante a perda de dias memoráveis já estamos tão fodidos amor não
importa agora a cor da água ali vai a chuva ali derivada de música
‘estos días
los otros
este amor desgarrado por el mundo esta diaria constante despedida’
Idea Vilariño