Beth Brait Alvim, de São Paulo, Brasil, é graduada em Letras Neolatinas pela FFLCH-USP; pós-graduada em Ação Cultural pela ECA- USP e é Mestre pelo PROLAM – Programa de Integração da América Latina da USP, com o tema: “Desvelando uma atitude poética para o mundo contemporâneo: experiências com poesia em Diadema e Catamarca”. Tem poemas, contos, artigos e ensaios em inúmeras antologias, revistas e sites nacionais e internacionais; os mais recentes, na revista E, do Sesc, e na Revista Conhecimento Prático – Literatura., MatériKa, da Costa Rica. É colaboradora na Revista Digital Entrementes. Foi contemplada com a bolsa de Especialização Profissional Politiques Culturelles et leur Administration, Programme Courants du Monde, França. Representou o Brasil em Sonora, México, nos VI e XVI Encuentro Iberoamericano de Escritores Bajo el asedio de los signos; autografou seus livros, palestrou e apresentou-se em saraus e encontros como a FLIPORTO, Recife, e FLIP, Paraty. Tem participado como júri de prêmios e concursos, como o Prêmio de Poesia Lusófona OFF FLIP. Tem ministrado oficinas, cursos de literatura e teatro. Participa como poeta de performances e saraus, o mais recente: Iracunda, Ópera do Silício, com a orquestra SPIO, no Centro Cultural Maria Antônia, Casa da Luz, Centro da Terra e outros, sob a regência de Daniel Carrera. Tem resenhas críticas veiculadas no antigo Entrelinhas da TV Cultura. Organizou antologias literárias, participou de mesas críticas, a mais recente em fins de 2019 como comentarista do livro Dias ácidos, noites lisérgicas, de Claudio Willer, na Casa das Rosas. Tem vídeos documentários sobre sua vida e obra, foi entrevistada no programa Biblioteca Sonora, da Rádio USP, e no Perfil Literário, da Rádio UNESP., entre outros Escreveu cerca de 12 prefácios para livros. Assinou direções teatrais, e participou como atriz em espetáculos; o mais recente, Mistério do Fundo do Pote ou Como nasceu a fome, de Ilo Krugli, do Teatro VentoForte.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro A febre e a mariposa (Patuá, 2018).
A FEBRE E A MARIPOSA 1
el dios mariposa me abraça
me enlaça de púrpura e suga
lento o sangue e o sal do que
invento
A FEBRE E A MARIPOSA 2
mariposas me atordoam
uivam nos meus pensamentos
penetram ardentes
nas dobras do
tempo
A FEBRE E A MARIPOSA 3
o desejo de todas as terras
me abraça e me suga violento
me enlouquece pelo que sinto
me liberta pelo que
invento
CREPUSCULAR
banha os olhos com mel e a língua com água benta
aquieta tua alma
e estranha
ralenta a respiração e acompanha
de onde estiver
o sol morrendo
LÍNGUA FEBRIL
a mão da mãe morta afaga os mesmos medos
com alfinete nas unhas e o dedo ainda em riste
alma dourada e fria em mim perene e dura
cujo olho direito dança medonho e triste
vigia tudo e todos e todos os lados
enquanto o outro vela minha eterna insônia
e espanta o sonho mau que
sempre me acompanha
é manso o colo que falta
é ácida a secura do olho que estranha
fora de órbita a língua enrola
e o silêncio queima o vazio das entranhas
Phoderosa!
Belo trabalho. Gratidão