Tiago D. Oliveira: Mainha (2020)

Tiago D. Oliveira nasceu em 1984, em Salvador-BA, graduado e mestrando em Letras pela UFBA, tendo passado pela UNL (Portugal). Tem poemas publicados em blogs, portais, revistas e jornais especializados no Brasil, Portugal e Espanha. Participou também de antologias no Brasil e em Portugal. Publicou Distraído, poesia (Editora Pinaúna, 2014), Debaixo do vazio, poesia (Editora Córrego, 2016), Contações, poesia (Editora Patuá, 2018), As solas dos pés de meu avô, poesia, publicado no Brasil (Editora Patuá, 2019) e em Portugal (Editora Gato Bravo, 2021), e o livro Mainha, poesia (Editora Patuá, 2020). Escreve para o portal literário Letras In.Verso e Re.Verso. Finalista do prêmio Oceanos 2020 com o livro As solas dos pés de meu avô e Vencedor do Selo João Ubaldo Ribeiro 2020, na categoria poesia, com o original Soprando o vento.




Os poemas a seguir foram selecionados do livro Mainha (Editora Patuá, 2020).



O OLHO MÁGICO


Quando os meninos foram crescendo,
a menina também queria voar,
de um tudo entendo, só não sei dançar.
Sem saber negar continuou cedendo.
Cedeu sua cadeira na classe,
seu direito de ser filha, irmã,
seu caminho sem impasse,
sua sonhada brisa da manhã.
Aproveitou para negar a mágoa
dando ao desassombro dos outros,
pouco a pouco, a natureza da água.
Foi chão e céu como poucos.
Mainha entendeu da vida o abraço
como força e beleza, o laço.

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Leandro Rodrigues: Do Mofo & Suas Simetrias (2021)

Leandro Rodrigues (Osasco, 1976) publicou os livros Aprendizagem Cinza (Patuá, 2016), Faz Sol Mas Eu Grito (Patuá, 2018), Todas As Quedas São Livres (Penalux, 2020) e Do Mofo & Suas Simetrias (Patuá, 2021), além de participar de diversas antologias: O Casulo (2016), Hiperconexões 3 (2017), Sarau da Paulista (2019), MedioCridade (2019), 70XCaio (2019), Clausura (2020) entre outras. Em 2020 venceu o 4º Prêmio Guarulhos de Literatura na categoria Poesia com Do Mofo & Suas Simetrias (então inédito). Teve poemas traduzidos e publicados na Espanha e Estados Unidos (Antologia de poesia brasileira contemporânea da revista DUSIE nº 21 da UCLA).




Os poemas a seguir foram selecionados da obra Do Mofo & Suas Simetrias (Patuá, 2021).




O ÚLTIMO RINOCERONTE BRANCO

O último rinoceronte branco morreu
   sem deixar herdeiros

O último rinoceronte branco esqueceu
    dos longos labirintos do fauno

O último rinoceronte branco derramou
    sua derradeira lágrima azul

e num voo em formato de elipse
    deitou fora a humanidade

extinguiram-se seus caniços de cera
    suas gravuras de Dürer
    suas presas imóveis

sua estranha desestrutura blindou-se   
    num falso grunhido estapafúrdio,
    réquiem para nenhum vestígio

O último rinoceronte branco morreu
    de tédio   de tédio   de tédio   de tédio

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Gabriela Guimarães: Greta (2020)

Gabriela Guimarães (Minas Gerais, 27 out 1999) é estudante de Letras pela Universidade Federal de São Paulo. Colabora com o Terracota e Paletó Verde Coletivos de poesia. Greta é seu primeiro livro.




Os poemas a seguir foram selecionados do livro Greta (Urutau, 2020).



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A parte inferior preta dos cogumelos
pontos que estremecem a luz do dia
vagam naquele corpo
um esqueleto com pequenos mariscos
nas costelas uma lula vibra
nessas frestas, vejo seu corpo flexível
você corre na chuva
eu a sinto gelada e pontiaguda nos seus ventos
mas muito bem protegida
bem protegida.

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Macaio Poetônio: leopardos maciços (2020)

Macaio Poetônio, um dos fundadores da revista eletrônica Poesia Primata e da Editora Primata, é poeta, editor e designer gráfico. leopardos maciços é seu segundo livro.

foto: Gae Breyton


Os poemas a seguir foram selecionados do livro leopardos maciços (Editora Primata, 2020), disponível para aquisição neste link.




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Chove.
Os pássaros dormem escondidos.
Corpos se esbarram no transporte público.
Eu aceito
o novo amor.

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Yara Fernandes Souza: Sádica sílaba (2021)

Yara Fernandes Souza (1983) é escritora, publicou Sádica sílaba (Editora Patuá, 2021). Nasceu em Ribeirão Preto (SP), mas escolheu a Bahia como lar desde 2015. Participou das coletâneas O amor nos tempos de lonjura (Mirada Janela, 2020), Ruínas (Editora Patuá, 2020), Só a poesia salva (Editora Primata, 2020), Escritos de Quarentena (Centro Cultural do IEL, 2020) e Antologia de Poetas Vermelhos (Editora Sundermann, 2015). Comete poemas e outros conteúdos no Instagram @yara_fers



Os poemas a seguir foram selecionados da obra Sádica sílaba (Editora Patuá, 2021).



Sádica sílaba

A farpa do meu canto
na tua garganta.
Minha sílaba madrugada,
meu ácido pranto,
minha rima
na tua jugular.

Quer te chorar.


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