Gabrielle Dal Molin nasceu em 1987, em São Paulo. Viveu no interior deste estado até se mudar para o Rio Grande do Norte. É professora de História, mestre em Antropologia e doula. Além de poemas, escreve sobre as vivências de ser mãe, bissexual e não monogâmica. Seu primeiro livro de poesia, Seiva (Ed. Multifoco) foi publicado em 2017 e o segundo, Carnaval no Abismo, acaba de ser publicado pela Munganga Edições, contemplado pela Lei Aldir Blanc, através da Fundação José Augusto, do Governo do RN.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro Carnaval no Abismo (Munganga Edições, 2021).
CARNAVAL NO ABISMO
arisco feitiço
nosso tempo é desse silêncio forte feito o mar sem grito
Vitor Miranda é poeta e contador de causos. Tem 4 livros publicados, com destaque para A gente não quer voltar pra casa, semifinalista do prêmio Oceanos 2019. É criador e apresentador do programa de entrevistas Prosa com Poeta. Na música é criador, letrista e poeta da Banda da Portaria e também do Margaridáridas.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro A gente não quer voltar pra casa (Kotter Editorial, 2018).
AZUIS
quantos azuis há nos varais quantas terminações em dores no primeiro verso tem algo submerso nas água que eu não vejo pendurada
Carol Sanches nasceu em Campinas em 1981. Autora de Não me espere para jantar (Patuá, 2019), menção honrosa no Prêmio Maraã de Poesia 2018, Devo admitir que me dá um certo prazer (Urutau, 2020), e dos livros independentes Poesias Pormenores (2007) e Toda diva tem divã (2008). Tem poemas publicados em revistas digitais e faz parte das antologias poéticas Parem as máquinas! (Selo Off Flip, 2020),Laudelinas (Mirada Janela, 2020), Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto: o centenário (Mirada Janela, 2020), Quem dera o sangue fosse só o da menstruação (Urutau, 2019) e Prêmio Sarau Brasil 2018.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro Devo admitir que me dá um certo prazer (Urutau, 2020).
O TAROT
que o mistério do mundo está no mundo todos sabem
dirão, é claro a lua tem fases a lua estica as marés a lua minguante faz cair os cabelos de vergonha
só não dirão tan seguros como a carta se levanta inteira após o corte ou sobre como o corte sangra limpo sem vestígios
Leonardo Marona (1982) nasceu em Porto Alegre. Vive no Rio de Janeiro. Publicou os livros: Pequenas biografias não-autorizadas (poesia, 7Letras, 2009); l’amore no (poesia, 7Letras, 2011); Conversa com leões (contos, Oito e meio, 2012); Óleo das horas dormidas (poesia, Oficina Raquel, 2014); Cossacos Gentis (romance, Oito e meio, 2015); Herói de Atari (poesia, Garupa Edições, 2017); Dr. Krauss (novela, Oito e meio, 2017); Uma baronesa às quatro da madrugada (poesia, Ed. Urutau, 2018). Acaba de lançar o romance Não vale morrer pelas Edições Macondo.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro Baby Buda (Corsário-Satã, 2021), disponível para aquisição neste endereço.
BABY BUDA
quero aqui no meio desta confusão poder aprender a estar desatento de mim sem, com isso, me perder.
observo os tipos vaidosos: o que conta seus ganhos, o que conta suas perdas, o que diz como não conta, o que conta como não diz.
quero ser o que não conta mas sabe o que não conta e, sem contar, se esquece e se esquecendo, aprende.
fazer do pequeno, grande e, do grande, o que passa sem deixar grande rastro.
olhar para o varal vazio, tão perfeito de ausência. não pensar na roupa suja mas no corpo que cobriu a roupa suja com sujeira.
derrubar todas as portas, receber o que sem nome vive atrás do meu futuro e morre além do passado na mata funda da clareira.
participar da grande feira: os bolsos cheios de nada, com a fome dos planetas.
arrancar por fim os olhos e tomar banho no escuro: escorrer no ralo do nome.
dar migalhas aos filhotes, deixar sem fazer barulho o leão dormir com fome.
Beatriz Rocha é historiadora formada pela UNICAMP e escritora em trânsito entre São Paulo e Minas Gerais. Tem experiências em educação popular, curadoria de artes visuais e consultoria cultural. Já publicou poemas e contos na Revista Desvario, Revista Toró e Antologia Subsolo. A Mulher Grande (Editora Urutau, 2021) é seu primeiro livro.
Os poemas a seguir foram selecionados da obra A Mulher Grande (Editora Urutau, 2021).
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Peço para apagarem a luz mas não entendem que são as luzes todas: do quarto, da rua, das cidades das estrelas, do universo pois sou incapaz de sustentar um olhar
E talvez nem toda a escuridão de um universo sem luzes seja capaz de vedar a timidez dos meus olhos e a aflição das minhas mãos tímidas
De me fazer ser capaz de sustentar um olhar:
das mulheres deitadas de baixo de mim na minha cama
das mulheres deitadas em cima de mim na minha cama
das mulheres deitadas de lado comigo na minha cama