Registro do evento Sinais de Saturno #5, realizado na livraria Ponta de Lança no dia 27/07/2023. Curadoria e Apresentação: Luís Perdiz e Vanderley Mendonça. Poesia: Bárbara Ariola, Cesare Rodrigues, Macca Ramos e Pedro Granados. Música: Carlos Bananeira.
NOITE PRIMATA #4
Registro do evento NOITE PRIMATA #4, realizado na Livraria Patuscada no dia 17/08/2023. Participações: Anna Clara de Vitto, Daniela Rezende, Giovana Cristina Bastos, Giselle Vianna, Flora Miguel, José Antonio Gonçalves, Samara Belchior e Tóia Azevedo.
BRECHA #10
Registro do evento BRECHA #10, realizado na Associação Cultural Cecília no dia 18/07/2023. Curadoria e Produção: Flora Miguel e Jeanne Callegari. Apresentações: Julia de Souza e Anna Vis, Joca Reiners Terron e Mbé, Bobby Baq e Rubi. Projeções: Guilherme Pinkalsky. Apoio: Bernardo Pacheco, Associação Cultural Cecília e Editora Primata.
Marcelo Torres: Infernos Fluviais e Por que nunca conversamos sobre Nick Cave? (2023)
Marcelo Torres publicou: “Vertigem de Telhados” (poemas, 2015) e “nadar em cima
da rua” (poemas, 2015), editados pela Kazuá; “Páthos de fecundação e silêncio”
(poemas, 2017) e “Poemas tímidos e gelatinosos” (poemas, 2019), editados pela
Patuá; “Saindo sem avisar/Voltando sem saber de onde” (poemas, 2020) e “Tu és isto
e mais dez mil coisas” (poemas 2022) editados pela Córrego. O autor ainda tem
poemas e textos publicados em antologias, revistas de literatura e cultura no Brasil e
no México.
É um dos criadores do Canal Clóe de entrevistas com poetas brasileiros, que traz, de
forma independente, um dos maiores panoramas audiovisuais da poesia
contemporânea. É também editor na Editora Clóe.
Atua como gestor cultural há mais de uma década e é mestrando na Unesp na linha
de pesquisa de processos artísticos, experiências educacionais e mediação cultural.
Nasceu em Pernambuco, na cidade de Palmares, no mês de março de 1984.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro “Infernos Fluviais e Por que nunca conversamos sobre Nick Cave?” (Clóe, 2023). OBS: A formatação dos poemas no livro é diferente, indicamos a compra no site: www.editoracloe.com para acesso ao formato original criado pelo autor.
INFERNOS FLUVIAIS
Comunicação com o inferno fluvial
No meio do mundo não ando. Espero-me fora de mim. Rumo a ti que não se comove,
feito nave na minha curva sem atalhos.
Aprendi a ter a paciência
de bicho nas horas que me calo. Na cadência da turva água que me arrasta
junto ao teu lugar de escrita/máscara minha sujeira espacial. Quem aqui escala
ouve o que não existe na penumbra da margem,
falo das incontidas letras do sexo,
da solidão/lodaçal que dizima, não como enigma,
mas como lastro na pele que se solta no banho. Há atrás um castiçal de nervos.
Dramas filmados em um quarto/aquário,
com belos atores nas cadeiras de esmalte enfileiradas como garrafas.
Rolo na cama te vendo submersa em um manancial.
Jéssica Iancoski: irreVERsível (2022)
Jéssica Iancoski é escritora, poeta, artista gráfica e editora. Em 2022, foi finalista do Prêmio Jabuti (poesia) e vencedora do Prêmio Candango de Literatura (Capa). Tem participações em antologias, jornais e revistas. Já publicou no Brasil, Argentina, Colômbia, Espanha, Galiza e em Portugal. É idealizadora do Toma Aí Um Poema (podcast, revista e editora) e responsável pela primeira publicação de pelo menos 1k de autores e autoras. Já produziu e distribuiu mais de 1600 poemas para o audiovisual, em plataformas como Spotify, YouTube, Instagram e TikTok, somando mais de 1 milhão de acessos.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro “irreVERsível” (Toma Aí Um Poema, 2022).
AMAVISSE
(à espera da tua fome)
depois de tudo, tentaremos todos voltar
— à luz que um dia nos foi dada
aos poucos, chegarão as gentes reivindicando
— a péripla da conquista: este andar em volta:
exaustivo, inaudito e salivoso do verbo amar
como o dedo que em círculos dissolve o mel
e o açúcar, cada um há de absolver o amor antigo
— findo, partido, sofrido — e reviver a dissolvência
da paixão: aquele primeiro grito devolvido:
a sofrência, a clemência, o perdão
no instante interminável da penumbra
o peito tingido de vermelho — ainda que imperfeito —
há de berrar — sempre — mais alto